Concentrar-se. Buscar o centro. Estar dentro.
Se há o “dentro”, o “fora” é inevitável. O “fora” está para o “dentro”
como o céu está para a terra. São complementares um ao outro e ao mesmo tempo
completos em si mesmos. Se há o centro, há também a periferia. Se há a ideia,
há a matéria. Se há um corpo, há uma mente. O Céu existe sem a Terra? Ou o céu,
em meio ao que já temos por conhecido, dentro desse sistema solar é esse Céu
também devido a Terra? E o avesso pode ser questionado, a Terra existiria como
Terra sem esse Céu?
O Céu é assim porque assim ele existe com a Terra, com o Sol, com o toque
na camada mais externa da nossa atmosfera. A Terra é assim porque é envolta e
movente nesse Céu/espaço assim como ele é, com o Sol, os planetas habitantes do
espaço. E Céu e Terra são assim, porque são percebidos por nós, vivenciados por
nós, são parte de nós, e nós, partes deles. Podemos falar, nesse termos
Terra/Céu ou Céu/Terra. Tudo intimamente interligado.
Fazer parte, pertencer, formar.
Quantos habitantes da Terra somos? 7,2 bilhões de moradores na Terra. 7,2
formadores da Terra. Formadores sim, pois estamos para Terra, assim como as
estrelas estão para o espaço/Céu. Co-formadores, co-criadores, habitantes.
Torna-se para nós, a Terra/Casa.
A Terra/Casa dá vida. A Casa na Terra dá abrigo, suporte, acolhimento,
proteção. Na antiguidade, a casa “aconteceu” para proteção de eventos externos
como ventos, tormentas, frio, ataques de outros. Surgiu basicamente como
proteção da vida e integridade pessoal. “Em Casa” podemos relaxar, somos
íntimos, seguros, conscientes de cada cantinho, dos móveis, dos espaços
existentes, dos espaços que precisam aumentar, dos que são frios, e assim por
diante.
Em casa somos nós mesmos. Estamos à vontade. Estamos dentro de nós. Com nossa própria
consciência, estamos presentes no nosso Corpo e somos O Corpo/Casa.
O Corpo são músculos, hormônios, ossos, sangue, coração, órgãos.
Sensações, expressões, movimentos, ideias, consciência.
Para pensarmos em corpo, em tudo que o co-forma, podemos iniciar
verificando as questões aparentes e palpáveis, como fizemos acima, verificando
a pele, olhos, boca, nariz, barriga, pescoço. Mas se fizermos menção ao
Corpo/Casa, trazido também anteriormente, pergunto, podemos “tocar” na sensação
“estar a vontade”? Tocar não podemos, mas podemos ter consciência dela,
sentimo-nos a vontade ou não. Gostamos ou não, queremos ou não, estamos
satisfeitos ou não. Amamos, desejamos, acalmamos. Podemos nos sentir
impacientes, vazios, alegres, mas para que possamos trazer a “tona” o que nos
permeia teremos primeiramente de ter consciência de nós mesmos, disso que nos
forma. Por não podermos tocar uma sensação com as mãos, iremos então expressar
essa sensação. A matéria da sensação consciente é a auto expressão. É Sermos no
mundo.
O Corpo/Casa abriga o sentido de Ser/Estar no mundo.
O que comemos, o que escutamos, o que nos move. Pessoas e objetos que
gostamos, o que criamos, como faremos algo. Ter consciência do que nos limita
tanto fisicamente, como por exemplo, um encurtamento muscular, quanto limites
psicológicos, como exemplo um bloqueio traumático, um ponto cego, um padrão de
ação, criam o Copo/Casa. A Casa pode ser mais arrumada, aconchegante, permitir
que bastante luz entre, assim como ser uma Casa bagunçada, suja, quase
inabitada.
Como arrumamos a Casa? Habitando ela! Construiremos nosso Corpo/Casa com
nossas crenças e amores. Com meditação e alimentação, com esportes, massagens e
viagens. A casa deve nos abrigar e dar segurança. Segurança para sermos quem somos
e termos espaço para irmos além das paredes.